quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Palácio do Leões - Salões Internos I


Primeira foto, de uma série de quatro, de alguns salões internos do Palácio dos Leões, construção secular que abriga a sede do executivo estadual do Maranhão.

domingo, 3 de agosto de 2008

100 anos da chegada dos Irmãos Maristas no Maranhão


Os Irmãos Maristas chegaram a São Luís em 1908, depois de um convite feito por Dom Francisco de Paula. Sob a direção do Ir. Marie Amedéus, o Colégio São Francisco de Paula abria as suas portas. As atividades da escola foram até o ano de 1920, quando mais uma vez, por motivos alheios à sua vontade, os Irmãos Maristas tiveram que se ausentar. Passados 17 anos, um convite de Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta fez com que os Irmãos retornassem o trabalho educacional em São Luís e reabrissem o Colégio com o nome de Ginásio Maranhense São Francisco de Paula. Depois de 12 anos funcionando no prédio do Arcebispados, os Irmãos Maristas foram para o centro da cidade, onde instalaram a sede da escola, com o nome de Colégio Marista Maranhense. Por sua direção, passaram 25 diretores. Em 25 de agosto de 2005, o Colégio Marista Maranhense completou 80 anos de fundação. Nessas oito décadas, formou gerações de bons cristãos e virtuosos cidadãos. Suas sementes ficarão plantadas nos milhares de corações de alunos, pais, educadores, funcionários e amigos que construíram sua história ao longo de sua caminhada.

Em 13 de novembro de 2004, foram inaugurados no Colégio Marista do Araçagy, bloco do infantil, na gestão do Irmão Cláudio Falchetto (Superior Provincial) e do Irmão Manoel Alves (Diretor-Presidente da UBEE - UNBEC). A partir do ano de 2005, os Irmãos Maristas, dentro do seu programa de responsabilidade social, inaugurou a Casa da Acolhida Olho d'Água, a qual atende crianças e adolescentes em vulnerabilidade social provenientes do bairro da Vila Luisão. Neste projeto de assistência social os Maristas além de trabalhar a educação informal junto a essas crianças e adolescentes acompanham sistematicamente. No ano de 2006, foi inaugurado o bloco do Ensino Fundamental maior e Ensino Médio, que interinamente foi dirigido pela leiga Phaedra Baptista e posteriormente Ir. Humberto Lima Gondim, atual diretor da unidade. (http://www.marista.edu.br/institucional/inst_est_col_his.aspx?id=509).

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Pílulas de Vida do Doutor Ross


Esse tal de Doutor Ross (nem sei se ele existiu) era um cabra mesmo arretado! O remédio que levava o nome dele era preventivo da dengue, da febre amarela e de mais uma porção de outros males que viessem atingir o homem sadio, vejam: se uma criança desenvolvia um temperamento turbulento... pílulas de vida do Doutor Ross nela! Já se o problema fosse com marmanjos(as) demostrando constante irritabilidade... era só tacar pílulas de vida do Doutor Ross que tudo ficava zen.
O prospecto do remédio dizia que as crianças e os(as) marmanjos(as) irritadiços(as) sofriam de seus males porque deviam ter o "estomago dyspeptico", um "figado entorpecido" ou ainda "intestinos doridos, pesados e constipados". Em face destas criaturas sofrerem tais males, Doutor Ross (ou o laboratório que fabricava o remédio) pedia que os sãos tivessem paciência com os enfermos, pois estes ao serem tratados com as milagrosas pílulas teriam o seu bom humor restituído... ô remedinho bom menino!
As pílulas de vida do Doutor Ross além de tratar males físicos, davam vida nova ao sangue impuro, saúde ao corpo e paz ao espírito... e pensar que eu conheço tanta gente que hoje em dia tá precisando de uma pilulazinha dessas.
José Smith Junior

quarta-feira, 30 de julho de 2008

FLIT, esse mata(va) o mosquito da dengue!

FLIT, senhores(as) em 1929 detonava com esse mosquitinho enjoado que até hoje nos rouba o sono e causa sofrimento (e muitas mortes também), o Aedes aegypti.
Naquela época o fabricante do FLIT (marca registrada da Standard Oil Company of Brazil) informava que a picadura do mosquito era um grande perigo a saúde... êpa, eu escrevi picadura?
Não, eu apenas transcrevi parte do anúncio publicitário do fim da década de 1920 que usava a palavra picadura em vez de picada. Hoje em dia se um anunciante ousar grafar picadura em campanhas ou comerciais que tratem da dengue ou febre amarela será rotulado de, no mínimo, politicamente incorreto, mas em 1929 não tinha disso não, era picadura do mosquito e pronto!
Quem não quisesse tomar uma picadura do mosquito que comprasse FLIT, "a lata amarella com a faixa preta". (a foto é de um anúncio publicado no Jornal A Noite - RJ, edição de 26 de abril de 1929).
José Smith Junior

terça-feira, 29 de julho de 2008

Lula, a febre amarela e o Doutor Ross


O governo Lula e sua equipe administrativa já produziram inúmeros casos que dariam uma ótima comédia se não fosse pelo fato de que nós, o povo brasileiro, é que pagamos a conta por esta ópera bufa que os petistas teimam em chamar de governo (e que a maioria dos brasileiros – contentes com os bolsas disso e daquilo e PAC’s da vida – fingem acreditar).
No domingo último eu soube que Lula quer firmar um convênio com Cingapura para combater a dengue e a febre amarela, eis que dizem que o modelo adotado naquele país é eficiente no combate ao mosquito.
Ô Lula, o problema é que nem você, nem seus assessores privilegiam a prata da casa. Presta atenção (Lula): em 1929 se vendia nas melhores farmácias e drogarias da cidade maravilhosa um remedinho bom prá danar cujo nome era “pílulas de vida do Doutor Ross”.
O reclame da época (publicado no Jornal A Noite de 26 de abril de 1929) dizia o seguinte:
“É fora de duvida que, sendo a febre amarella uma infecção gastro-intestinal, uma vez que este apparelho esteja em perfeito estado de funccionamento e convenientemente desinfectado, dificilmente concorrerá para a propagação do germe do terrível mal do organismo. Pelo que está confirmamdo, as pílulas de vida do Doutor Ross produzirão effeito surprehendente, como optimo preventivo” (foi mantida a grafia da língua portuguesa de 1929).
Lula, se Itamar ressuscitou o Fusca, você pode mandar o Temporão fabricar de novo as pílulas e vida do Doutor Ross. Deixa esse negócio de modelo de Cingapura de lado e para de gastar dinheiro com bobagem... homem!
Ah Lula, eu ia esquecendo... se o Doutor Ross não resolver, usa FLIT, esse também resolve!!!

José Smith Junior

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Jornal A Noite, edição de 26 de abril de 1929 (RJ)


O acaso sempre pode nos trazer surpresas agradavéis (ou o contrário também) e foi isso que aconteceu quando uma tia minha resolveu mandar trocar o espelho da cristaleira que recebeu de herança da minha avó paterna.
Ao retirarem o espelho velho eis que observou-se a existência de parte de um exemplar do Jornal A Noite, edição de 26 de abril de 1929 cuja praça de publicação era a cidade do Rio de Janeiro. A "redacção" do jornal ficava no Largo da Carioca, 14 - Sobrado e as "officinas" situavam-se na Rua do Carmo, 29 a 35.
O papel envelhecido e amarelado pelo tempo (e cheio de mofo) foi uma diversão para mim e minha esposa neste fim de semana. Colocamos o velho periódico no chão e com muito cuidado (já que o papel começou a se esfacelar) fomos selecionando algumas notícias e muitas propagandas daquele tempo (na época eram chamadas de reclames) que vou postar aqui no blog.
Bom começo de semana a todos(as).
José Smith Junior

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Eu voto em Flávio Dino para prefeito de São Luís-MA


Eu poderia começar este artigo dizendo que voto em Flávio Dino para prefeito da minha combalida e maltratada São Luís porque conheço sua trajetória política desde os tempos do Centro Cívico Coelho Neto (no saudoso Marista), onde ele ganhou a sua primeira eleição concorrendo pela chapa Novo Tempo. Também poderia dizer que voto hoje em Flávio Dino pela sua trajetória política dentro da Ufma, na época que ele cursava Direito. Poderia ainda afirmar que meu voto é de Flávio Dino porque a gestão dele à frente da Ajufe (Associação dos Juízes Federais) foi exemplar, e mais uma infinita gama de motivos que fazem dele a minha escolha consciente para sufragar meu voto nas eleições de outubro de 2008.
Mas um dos motivos reais da minha escolha é que Flávio Dino representa a verdadeira mudança em relação a tudo o que vemos por aí, pois oligarcas e libertários (eu sempre digo) são tudo farinha do mesmo saco. Nossa atual política é feita de “josés” para todos os lados, estes sempre ansiosos para construírem na paz seus castelos de poder e assim perpetuarem suas dinastias em detrimento da exploração do povo gonçalvino.
Sei que Flávio Dino para se viabilizar no sentido de obter a vitória no pleito municipal deve procurar alianças políticas com os grupos que congregam ideais similares ao seu afinal de contas, neste meio, não se deve desprezar um ajuda sequer, seja de que lado ela vier. No entanto guardo um fio de esperança de que o cidadão Flávio Dino, com a experiência que possui, saberá perfeitamente retribuir cada ajuda sem macular a sua imagem de cidadão honesto.
Vamos lá Flávio, eu (e milhares de outros ludovicenses) quero ver você como futuro prefeito de São Luís do Maranhão.
José Smith Junior

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Dolores Duran

Ontem eu chorei! Chorei de emoção ao poder assistir de forma resumida o especial da TV Globo sobre Dolores Duran (nome verdadeiro: Adiléa da Silva Rocha).
Dolores marcou minha vida desde quando eu era pequeno e minha mãe colocava os Lps dela para tocar na radiola (sim leitores, era radiola o que hoje chamamos de mini-system, home-teather, etc.) lá de casa.
Ouvir "Castigo", "Fim de Caso", "Por Causa de Você", "Estrada do Sol" (essa é minha preferida) e outras pérolas musicais da lavra da cantora/compositora era algo que mexia comigo. As letras lindas, e ao mesmo tempo tristes, me instigavam a buscar o porque de tanta melancolia que aquela voz singular expressava, mas a resposta não vinha.
Então eu perguntava a minha mãe quem era Dolores Duran e minha mãe respondia que ela tinha sido uma cantora espetacular e que tinha morrido bem nova, vítima de um ataque de coração.
Pobre Dolores (eu pensava) poderia ter vivido mais, ter sido mais feliz, ter tido filhos, enfim, ter envelhecido como a maioria das pessoas e aí sim, morrer com seus setenta, oitenta ou quem sabe noventa anos.
Mas ontem vi que aquela moça viveu e foi feliz a seu modo. O poeta Lobão uma vez disse: "é melhor viver 10 anos a mil do que mil anos a 10", e foi assim que Dolores viveu... intensamente (a mil por hora) cada segundo de sua breve vida.
Sua música nunca (pelo menos para mim) sairá de cena. A obra de Dolores é atemporal, é algo para quem tem alma, para quem gosta de viver e para quem ama, afinal de contas... todos os dias "é de manhã e vem o sol mas os pingos da chuva que ontem caiu, ainda estão a brilhar, ainda estão a dançar, ao vento alegre que me traz esta canção..."
José Smith Junior

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Deu na minha telha (foto abaixo de Marcus Laranjeira-SP)


Deu na minha telha hoje escrever este post aqui para dar boas vindas na blogosfera a um "mano com quem troco virtualmente umas idéias" (no linguajar de todo bom paulistano) chamado Marcus Laranjeira. O cara está ficando atrevido com uma câmera na mão e estreou no mundo dos blogs de prima com a foto que ilustra este post. Laranjeira, vai fundo, você tem talento, mano!!! Minha dica é que vocês visitem o blog: http://deunaminhatelha.blogspot.com/

Por hoje é só e, como dizia um apresentador de televisão aqui da minha terra: um forte abraço e até amanhã se Deus quiser.

José Smith Junior.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Copa do Mundo de Futebol - 1958 (1958 Fifa World Cup) - Parte 12


Finalizando a fotografia do escrete canarinho no jogo da final contra os donos da casa (a Suécia). Leitores(as), quero agradecer os inúmeros acessos ao blog em face desta série de posts (da seleção brasileira de futebol de 1958), pois isto demonstra que tudo o que aqui é escrito ou postado tem agradado a grande maioria dos(as) que me visitam. Mas vamos dar um tempo em futebol e falar de outros assuntos (viu Marcus Laranjeira-SP, risos), uma vez que o Photo et Graphia é um espaço eclético onde tudo tem sua hora e vez.

Abraços, José Smith Junior.

PS: Ah - eu ia esquecendo - o Photo et Graphia saiu na frente nas homenagens que muitos veículos de comunicação fizeram à seleção brasileira campeã em 1958. Se os(as) leitores(as) bem observaram, as fotos que aqui foram postadas também foram utilizadas pela TV Globo para ilustrar parte da reportagem especial que o Jornal da Globo fez de 23 a 30 de junho, quando também homenageou os craques de 1958.

Copa do Mundo de Futebol - 1958 (1958 Fifa World Cup) - Parte 11


Na contra capa final observamos à direita a foto do técnico Vicente Feola. Feola era um são paulino nato tendo dedicado, até a copa de 1958, exatos 28 anos de sua vida ao tricolor paulista onde trabalhou tanto como administrador como técnico. À esquerda temos a fotografia do Dr. Hilton Gosling que era o médico da seleção na copa da Suécia.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Copa do Mundo de Futebol - 1958 (1958 Fifa World Cup) - Parte 10


À esquerda, José João Altafine, o Mazzola. Paulista de Piracicaba jogava pelo Palmeiras e pelo futebol que apresentava já era sondado para jogar no campeonato italiano. Ao centro, Edvaldo Alves Santarosa, o Dida era alagoano de nascimento e jogava pelo Flamengo. À direita o carismático José Macia, o Pepe, que atuava pelo Santos.

Copa do Mundo de Futebol - 1958 (1958 Fifa World Cup) - Parte 9


Neste post vemos Oréco (Valdemar Rodrigues Martins) que era gaúcho e integrava o elenco do Corinthians. No meio aparece Joel Antônio Martins que jogava pelo Flamengo e Moacir Claudino Pinto que também era jogador do Flamengo, tendo estreado na seleção brasileira no mundial de 1958.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Copa do Mundo de Futebol - 1958 (1958 Fifa World Cup) - Parte 8


A esquerda aparecem Mauro Ramos de Oliveira que jogava pelo São Paulo. Foi campeão sul americano em 1949. No centro temos Dino Sani que também jogava pelo São Paulo e estreou na seleção na copa de 1958. Finalizando, Zózimo Alves Calazans, que integrava a equipe do Bangu (RJ). Zózimo disputou os jogos de Helsinque e em 1956 excursionou com a seleção brasileira pela Europa.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Copa do Mundo de Futebol - 1958 (1958 Fifa World Cup) - Parte 7


Começando o post, sempre da esquerda para a direita, aparecem:

Mário Américo, o massagista da seleção brasileira (era vinculado a Portuguesa de Desportos).

No meio temos Carlos José Castilho, que era goleiro do Fluminense. Castilho já era um veterano na seleção brasileira tendo sido campeão sul americano em 1949 e panamericano em 1952. Também jogou no mundial da Alemanha em 1954.

Finalizando, Djalma Santos pertencia a Portuguesa de Desportos, foi campeão panamericano em 1952 e jogou a copa de 1954 na Alemanha. Até a copa de 1958 já tinha vestido a camisa da seleção brasileira em 48 jogos.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Copa do Mundo de Futebol - 1958 (1958 Fifa World Cup) - Parte 6


Neste post temos dois atletas conhecidíssimos e um profissional que foi da máxima importância para o sucesso da seleção de 1958. Da esquerda para a direita: Pelé, Zagallo e Paulo Amaral.

Pelé, o Edson Arantes do Nascimento, disputou o torneio de 1958 com 18 anos de idade mas aos 15 anos já tinha disputado competições internacionais. Pertencia ao Santos Futebol Clube.

Mário Lobo Zagallo, pertencia ao Flamengo e a copa da Suécia foi a sua estréia no futebol mundial.

Paulo Amaral, era o preparador físico da seleção de 1958 (e da 1962 também). Na época trabalhava no Botafogo. Faleceu recentemente, em maio de 2008.

domingo, 22 de junho de 2008

Copa do Mundo de Futebol - 1958 (1958 Fifa World Cup) - Parte 5


Da esquerda para a direita, começando por ele, o singular Garrincha!

Garrincha, nome completo: Manoel Francisco dos Santos, pertencia naquela época ao Botafogo. Jogou a copa de 1958 com 24 anos de idade e foi considerado a revelação do mundial. Nem precisa-se falar mais sobre "Mané Garrincha", pois a história dele todos sabemos de cor. Biografias, documentários, etc. já foram feitos para mostrar a vida deste gênio da bola, por isso Garrincha foi, e sempre será, um atleta único e inesquecível para aqueles que tiveram o privilégio de vê-lo jogar e para outros (como eu) que ouviram dele falar e se encantam (até hoje) com sua arte e genialidade de jogar futebol.

Waldir Pereira, o Didi também jogava pelo Botafogo e foi o criador da "folha seca", hoje conhecido como chute de trivela. A folha seca era um chute dado com a parte externa do pé onde a bola, ao se aproximar do gol, começa a cair como se fosse uma folha se desprendendo de uma árvore no outono, enganando o goleiro e indo parar no fundo da rede do adversário. Didi também era conhecido como "Príncipe Etíope" pela sua elegância e toque de bola refinado. No jogo da final, contra os donos da casa, os suecos, o Brasil levou o primeiro gol e Didi foi então buscar a bola no fundo da rede, atravessando devagar o campo com ela (a bola) na mão dando força e moral para todos os jogadores. Este gesto, para muitos, foi fundamental para que o Brasil virasse o jogo e conquistasse a Jules Rimet.

Edvaldo Izídio Neto ou apenas Vavá jogava pelo Vasco e disputou a copa da Suécia com 23 anos de idade. Era um goleador nato e participou das Olímpiadas de Helsinque no ano de 1952.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Copa do Mundo de Futebol - 1958 (1958 Fifa World Cup) - Parte 4


Da esquerda para a direita temos os jogadores:

José Ely Miranda, o Zito, que pertencia ao Santos. Zito disputou a copa da Suécia com 25 anos de idade, possuia, na ocasião, 1,69m e pesava 65Kg.

Orlando Peçanha de Carvalho jogava pelo Vasco da Gama e era um estreante na seleção brasileira. Tinha, naquela copa, 22 anos, medindo 1,69m e pesando 65Kg.

Nilton dos Santos, ou apenas Nilton Santos, era um dos craques daqueles tempos. Disputou a copa de 1950 como reserva e a partir do torneio de 1954 era titular. Na Suécia contava com 32 anos de idade, tendo 1,80m de altura e peso de 78Kg. Até 1958 sempre defendeu as cores do Botafogo.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Copa do Mundo de Futebol - 1958 (1958 Fifa World Cup) - Parte 3


Da esquerda para a direita:

Nilton de Sordi que na época da copa de 1958 jogava pelo São Paulo. Tinha 27 anos, pesava 73 Kg e tinha 1,70m de altura. Além de ter sido várias vezes campeão paulista e brasileiro, De Sordi participou em 1956 da excursão que a seleção brasileira fez pela Europa e do Sul Americano extra em Montevideo, no Uruguai.

Gilmar dos Santos Neves também tinha no ano de 1958 27 anos e pertencia ao Corinthians. Sua altura era de 1,80m e pesava 73 Kg. Também excursionou com a seleção pela Europa no ano de 1956.

Luiz Bellini era atleta do Vasco da Gama e foi o capitão da seleção de 1958. Chegou na Suécia com 27 anos de idade, 1,80m e 83 Kg. Atuou pela seleção brasileira na copa de 1958 contra os times de Portugal e da Ioguslávia

domingo, 15 de junho de 2008

Copa do Mundo de Futebol - 1958 (1958 Fifa World Cup) - Parte 2


Na página 1 do álbum digitalizado temos (a esquerda) a fotografia do Dr. Paulo Machado de Carvalho que na época era uma das maiores figuras do esporte brasileiro. Ele foi várias vezes diretor do São Paulo Futebol Clube e supervisor da Seleção Paulista (que em 1958 já tinha sido tri-campeã brasileira).

Na época da copa de 1958 o Dr. Paulo Machado de Carvalho era o Vice Presidente da CBD e o chefe da delegação brasileira na Suécia. Na vida profissional era Diretor Presidente das Emissoras Unidas de São Paulo e da TV Record - canal 7.


Na foto a direita vemos o Dr. João Carvalhaes (o primeiro psicológo esportivo brasileiro) e, em que pese todo o conhecimento médico e científico deste profissional, vale citar aqui um episódio ocorrido na hora da convocação dos jogadores.


Dr. Carvalhaes ao aplicar em Garrincha um teste psicológico chegou a conclusão que o craque tinha um QI irrisório, enquadrando o jogador como um débil mental, mas Vicente Feola (o técnico) em uma de suas tiradas disse ao médico: "vou convocá-lo assim mesmo" e completou: "ainda bem que ele pensa com os pés...".

sábado, 14 de junho de 2008

Copa do Mundo de Futebol - 1958 (1958 Fifa World Cup) - Parte 1


Em 1959 Nelson Rodrigues escreveu na revista Manchete Esportiva o seguinte: "O escrete deu-nos a maior alegria de nossas vidas. Tornou qualquer vira-lata um campeão do mundo".

A frase acima citada era uma referência à conquista pelo Brasil da Copa do Mundo de 1958 realizada na Suécia, onde enterramos de uma vez por todas o trauma causado pela derrota para a Celeste Olímpica (Uruguai) na final de 1950 em um Maracanã lotado.

Após nossos fiascos de 1950 e 1954 a CBD - Confederação Brasileira de Desportos montou um esquema de treinamentos único para os padrões do esporte bretão na época. Os jogadores fizeram condicionamento físico em aparelhos próprios e foram submetidos a uma bateria de exames médicos.

Paulo Machado de Carvalho como chefe da delegação brasileira soube impor ao grupo a organização que faltou aos escretes antecessores; Vicente Feola comandou o time com uma tática de jogo inédita na época, o 4-3-3 (onde recuava Zagalo para o meio-campo); Dr. Hilton Gosling (médico) e Dr. João Carvalhaes (psicológo) foram responsáveis pela saúde física e mental dos jogadores; Paulo Amaral foi o preparador físico dos atletas e Mario Américo era o massagista do escrete canarinho.

Mas nada disso seria suficiente se não fosse o talento nato dos jogadores brasileiros, onde, cito aqui, um por um:

Nilton De Sordi (São Paulo)

Gilmar dos Santos Neves (Corinthians)

Luiz Bellini (Vasco da Gama)

José Ely Miranda, o Zito (Santos)

Orlando Peçanha de Carvalho (Vasco)

Nilton dos Santos (Botafogo)

Manoel Francisco dos Santos, o Garrincha (Botafogo)

Waldir Pereira, o Didi (Botafogo)

Edvaldo Izidio Neto, o Vavá (Vasco)

Edson Arantes do Nascimento, o Pelé (Santos)

Mario Lobo Zagallo (Flamengo)

Carlos José Castilho (Fluminense)

Djalma Santos (Portuguesa de Desportos)

Mauro Ramos de Oliveira (São Paulo)

Dino Sani (São Paulo)

Zózimo Alves Calazans (Bangu)

Valdemar Rodrigues Martins, o Oréco (Corinthians)

Joel Antonio Martins (Flamengo)

Moacir Carvalho Pinto (Flamengo)

José João Altafine, o Mazzola (Palmeiras)

Edvaldo Alves Santarosa, o Dida (Flamengo)

José Macia, o Pepe (Santos)

A reunião da organização da seleção brasileira e a habilidade singular de cada jogador possibilitou que, em 29 de junho de 1958 no estádio Rasunda (Estocolmo-Suécia), o capitão Belini ergue-se a taça Jules Rimet, após a vitória de 5 x 2 do Brasil sobre a Suécia. Depois de seis edições da copa do mundo (a primeira foi em 1930) finalmente éramos campeões, os maiores do futebol mundial.

A Copa de 1958 revelou ao mundo o garoto Pelé, mas nela também foram destaques Just Fontaine (artilheiro da França) e Lev Yashin, o aranha-negra (goleiro da URSS).

Para homenagear os 50 anos de conquista da copa de 1958 vou postar aqui uma sequência de cromos que digitalizei de um álbum de fotos que achei perdido na casa da minha avó, lá na rua São Pantaleão, nº 147. Espero que gostem da iniciativa.

Abraços a todos(as) leitores(as) do blog.

José Smith Junior
PS: a foto acima é a digitalização da capa do álbum publicado na época pela Editora Aquarela Ltda, cujo endereço é (ou era) na Avenida Cásper Líbero, 58, 1º andar, Sala 108, São Paulo-SP.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Cacto (Rebento de Pedra)


Cacto...
filho rude parido na caatinga e nos chapadões nordestinos.

Cacto nasce de teimoso, sem ver pai ou mãe, e cresce teimando contra o sol e a terra árida que lhe castiga o verde.

Cacto é menino espinhento, que aprende cedo a se defender das agruras que existem na vida ingrata do sertão.

Cacto que, quando adulto, flora na seca avisando que a chuva chega no sertão.

Cacto, símbolo de um povo, símbolo do orgulho de ser nordestino!

José Smith Junior (fotografia tirada no Parque Nacional de Sete Cidades - PI)

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Gotas de Sabedoria (1)


Queres ser feliz?
Então não pagues o mal ou a injúria na mesma moeda!


Queres amar a vida?
Então refreie a tua língua do mal e evite que teus lábios dolosamente proclamem um verbo infame!


Queres buscar a paz?
Então aparta-te do mal e pratique a bondade, até em pensamentos!


Bom início de semana a todos(as) leitores(as) deste blog e obrigado pelos mais de 1.000 acessos.


José Smith Junior
A foto é do meu poodle, Zeus.

sábado, 7 de junho de 2008

Caema, fonte de quê? Compromisso com quem?


Desde quinta-feira, dia 05 de junho de 2008, não sei o que é abrir uma torneira e poder lavar as mãos, escovar os dentes ou tomar uma ducha no chuveiro, pois somente este ano é a quarta vez que a adutora do Sistema Italuís se rompe lá pelas bandas do Campo de Perizes e deixa metade da cidade sem água. Isso é um absurdo!
Na sexta-feira passada eu e minha mulher tivemos que sair de casa por volta das 07:00h da manhã para tomar banho sabem aonde? No Eros Motel onde entrei com uma mochila contendo terno, camisa, gravata, apetrechos de barba, sapatos, etc. uma vez que tinha que fazer uma audiência logo mais às 08:30h e na minha casa não tinha... água!
O fato de ter entrado em um motel pela primeira vez na vida para não fazer aquilo que todo adulto gosta de fazer (dentro de um motel) poderia até ser cômico (afinal de contas pagamos R$ 35,00 só para tomar banho), se não fosse trágico eis que a Caema - Companhia de Águas e Esgostos do Maranhão, não é fonte de água e tampouco tem compromisso com a vida de ninguém, conforme destaca em seu sítio na internet.
A Caema é uma vergonha para nós maranhenses e vem sendo sucateada há décadas sem que algum governante tenha realmente interesse em modernizar a empresa e melhorar os serviços que ela (mal) presta à população do estado.
Vejam bem, quando eu me refiro a algum governante eu falo de todos, sem distinção dos oligárquicos ou dos ditos libertários, pois para mim são tudo farinha do mesmo saco. Alguém se lembra quem era o diretor-presidente da Caema no governo de Epitácio Cafeteira? Resposta: Aderson Lago, atual secretário de governo da Casa Civil, então não me venham com as chorumelas e blábláblá's plantados na mídia local de que a Caema se encontra neste estado deplorável de hoje por causa de Sarney e seus comandados. É tudo gente inútil, preocupada apenas com seu "eu" e o povo, dito liberto (ô doce ilusão), que se dane.
Ah, oligarcas e libertários... vocês só comandam meu povo pois somos mansos e pacíficos. Somos como gado, tocados de pasto a pasto, até entrar no curral, mas um dia o boi descobre a força que tem e nunca mais vocês nos colocam uma cangalha.
Para terminar - embusteiros políticos - saibam que sei que a falta de água na torneira não importa para vocês afinal, se falta água, é só botar proseco na cisterna e tomar banho. A vida é uma festa, Fellini que o diga... "La Doce Vita".
Este é meu desabafo!
José Smith Junior
***
PS (1): Escrevo estas linhas com apenas um banho tomado ontem logo de manhã cedo em um motel, e sem previsão de tomar outro tão cedo.
PS (2): Gostaria de saber de algum setor da Caema se posso abater da minha conta de água do próximo mês a nota fiscal do Eros Motel no valor de R$ 35,00.

Alô Caema, aguardo um retorno!!!

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Sinto vergonha de mim

Sinto vergonha de mim por ter sido educador de parte desse povo, por ter batalhado sempre pela justiça, por compactuar com a honestidade, por primar pela verdade e por ver este povo já chamado varonil enveredar pelo caminho da desonra.
Sinto vergonha de mim por ter feito parte de uma era que lutou pela democracia, pela liberdade de ser e ter que entregar aos meus filhos, simples e abominavelmente, a derrota das virtudes pelos vícios, a ausência da sensatez no julgamento da verdade, a negligência com a família, célula-mater da sociedade, a demasiada preocupação com o "eu" feliz a qualquer custo, buscando a tal "felicidade" em caminhos eivados de desrespeito para com o seu próximo.
Tenho vergonha de mim pela passividade em ouvir, sem despejar meu verbo, a tantas desculpas ditadas pelo orgulho e vaidade, a tanta falta de humildade para reconhecer um erro cometido, a tantos "floreios" para justificar atos criminosos, a tanta relutância em esquecer a antiga posição de sempre "contestar", voltar atrás e mudar o futuro.
Tenho vergonha de mim pois faço parte de um povo que não reconheço, enveredando por caminhos que não quero percorrer...

Tenho vergonha da minha impotência, da minha falta de garra, das minhas desilusões e do meu cansaço. Não tenho para onde ir pois amo este meu chão, vibro ao ouvir meu Hino e jamais usei a minha Bandeira para enxugar o meu suor ou enrolar meu corpo na pecaminosa manifestação de nacionalidade.

Ao lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti, povo brasileiro!


(Cleide Canton)


* * *

"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto".


(Rui Barbosa)


* * *

Eu também sinto vergonha de mim!

Sinto vergonha em ver meu povo ser tocado feito gado e utilizado como fantoche nas mãos de embusteiros travestidos de políticos.

Sinto vergonha de ver minha terra - onde não cantam mais os sabiás - ser explorada até a exaustão e entregar suas riquezas a inescrupulosos homens ditos de bem enquanto que, nos grotões maranhenses, seus caboclos recebem a paga miserável de algum bolsa-esmola federal.

Sinto vergonha de ter feito em 1985, quando ainda era um aluno do Marista, campanha política para candidatos que hoje, alcunhados como libertários, exercem o poder em minha terra.

Tenho vergonha dos anos e anos de dominação de apenas uma classe política no comando da terra das palmeiras, mas também me envergonho dos libertadores do meu Maranhão.

Tenho vergonha de todos os dias ler pequenas mentiras contadas de forma imparcial no estado do Maranhão, mas também me envergonho de assistir, por algum mirante, as notícias irradiadas pelas parabólicas difusoras da cidade de São Luís a todos os telespectadores da dita maranhensidade.

Tenho vergonha de tanta coisa mas o que mais me envergonha é ver a hipocrisia dessa gente que decide a nossa sorte em jantares ou em mesas de bares, bebendo doses de whisky em copos de cristal, enquanto que meu povo, preso (nunca liberto) como gado, vive enganado no eterno curral chamado Maranhão.


(José Smith Junior)

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Colégio Maranhense - Marista



Ontem, dia 25 de maio de 2008, fiquei sabendo que o prédio do Colégio Maranhense - Marista, onde estudei de 1975 a 1985 (terminei o 3º ano no Colégio Dom Bosco), provavelmente será vendido para a Secretaria de Educação do Estado do Maranhão.

Quase que diariamente passo em frente ao velho Marista que ocupa boa parte da rua do Outeiro e da Oswaldo Cruz onde um dia também já foi a Quinta do Barão (hoje só existe da Quinta um portal de madeira e colunas de pedra de cantaria), e fico desolado em ver o estado de abandono em que se encontra um colégio que foi durante gerações motivo de orgulho para os que ali estudaram.

Entrei no Marista quando a direção do Colégio Maranhense estava a encargo do Irmão Jorge, e pela minha pouca idade, não posso afirmar sobre como foi a sua gestão mas me lembro que ele era um grande entusiasta da prática de esportes no colégio e o Marista da sua época arrebentava nos JEM's (Jogos Escolares Maranhenses).

Irmão Jorge deixou a direção do Colégio Maranhense e foi tomar conta da unidade Marista do Ceará, no caso o Colégio Cearense, e depois não soube o que foi feito dele. Em seu lugar aqui ficou o Irmão Rodrigues que era apelidado de "cabeça de cotonete" por causa da sua cabeleira bem branca.

Da mesma época eram Irmão Francisco, Irmão Caçador (de religião... ô velho difícil de tratar: uma vez deu nota zero para uma turma inteira por que ninguém soube escrever a oração "Ave Maria" com todos os efes, erres, vírgulas, etc.), Irmão Nelson, Irmão Turra, Irmão Aguiar, dentre outros que a memória não consegue, no momento, lembrar os nomes.

Professoras da época do primário foram muitas, mas guardo com carinho os ensinamentos de Autaflora (já falecida) e Aldener. Da Professora Paula eu (e acho que quase ninguém) não guardo boas recordações, pois a mulher era má e adorava bater com a caneta na cabeça dos alunos. Na quinta série conheci o Prof. Malveira (de Matemática) que, apesar no nome, de mal não tinha nada, mas da sua mulher, a Professora Margarida, ah, dessa eu tinha minhas reservas!

Da sexta série em diante vieram Benedita e Jesus (de Português), Carvalho (de História), Afrânio (de Geografia), Orzinete (de Biologia), e muitos outros, mas cabe aqui uma referência especial a Jansen (o quase eterno coordenador dos 2º e 3º anos do segundo grau), pessoa que se tornou uma lenda viva do Marista. Jansen sempre teve uma conduta irrepreensível dentro e fora do colégio, além de que dedicava a todos os alunos e pais de alunos uma paciência de Jó (risos). Nos esportes o Marista sobrava em tudo. Éramos o único colégio que tinha piscina própria e ali na água tudo era comandado pela mão-de-ferro do Gilson e pela simpatia de Julinho (os dois professores de natação); o volêi era de Antonino, sempre metido a galã com suas motos Honda; já o basquete era terreno de Teixeira e Stélio coordenava o handebol e toda a parte geral de educação física. Tinha também o judô, várias vezes campeão sob a batuta de Emílio.

Coquinho vendendo seus picolés; seu Elias (esposa e filhas) na única cantina do colégio; Orlando o zelador; Sr. Raimundo, o velhinho magro da portaria; Zé Maria da tesouraria... são tantas pessoas que vem na cabeça na hora que escrevo estas linhas e praticamente me transporto para dentro dos muros do velho colégio.

Muitas amizades ali foram feitas e alguns namoros ensaiados (embora eu fosse na época por demais tímido). Guardo com carinho dessa época muitos amigos, mas dois são especiais: Marlos Patrício Gomes Pessoa e Alzir de Souza Carvalho Filho, dois caras 100%! Sei que sou um amigo muito sem-vergonha, pois esqueço as datas de aniversário deles, sem contar que volta e meia sou convidado a ir visitá-los e nunca vou.

Quem um dia passou por ali sabe do que eu estou falando, afinal de contas um aluno Marista sempre será um Marista!

O velho colégio sempre sobreviverá - lindo e imponente - na memória da "mocidade do Colégio Marista, a sombra do estandarte de Maria".

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Pick-ups na Avenida Paulista


Manhã de domingo na Paulista em julho de 2004.

domingo, 11 de maio de 2008

Terremoto em São Luís do Maranhão

Sim é verdade! Em São Luís do Maranhão aconteceu hoje (11 de maio de 2008) um terremoto. O abalo sísmico se iniciou por volta das 08h09m33s e atingiu sua magnitude às 08h13m15s, mas felizmente não houve nenhum tipo de dano ao nosso já combalido (e mal cuidado) patrimônio histórico, uma vez que o tremor não causou vítimas fatais eis que apenas alguns ouvidos ficaram seriamente avariados e sabem por quê?

Porque este abalo sísmico não é mensurado na escala Richter, mas sim na famigerada escala Créu[1], uma música idiota que se espalhou de norte a sul do país bem mais rápido do que qualquer surto de dengue.

Voltando ao meu domingo eu acordo cedo (por volta das seis da matina), e sempre cumpro o mesmo ritual: beijo minha mulher dando a ela um bom dia e dizendo o quanto a amo; saio do quarto e vou ao encontro dos meus filhotes (dois pequenos cães chamados Zeus e Bono Vox) que me recebem de forma sempre festiva (não importando se estão agoniados para irem ao quintal fazerem suas necessidades fisiológicas após a noite de sono na copa da casa). Após soltar os pets na área externa me dirijo à frente da casa para pegar o jornal enquanto deixo o café passando no fogão.

Café passado, preparo a mesa com as xícaras, pratos e talheres e faço minha salada de frutas. Esquento o pão na chapa e degusto com prazer minha primeira xícara de café da manhã. Neste momento o relógio marca umas sete e meia da manhã e confortavelmente me instalo para ler os periódicos dominicais, afinal de contas é preciso ler nos jornais as pequenas mentiras de forma imparcial para compreender o Estado do Maranhão!

Após uns trinta minutos de leitura sou surpreendido pelo início de um ruído que atinge meus tímpanos ao tempo em que sacode as estruturas da minha casa. O ruído assim dizia: “É a dança do créu mané! É créu, é créu neles! É créu, é créu nelas! Vamo bora, vamo que vamo!”.

Assustado, vendo a casa tremer e os meus cachorros latirem em tom de desespero, pensei no pior: um terremoto tal qual aquele que houve em São Paulo há poucos dias.

Num relance vi a minha vida passar, pensei na minha mulher dormindo o sono dos anjos; pensei na minha família, pai, mãe (hoje é dia das mães), irmã; pensei nos pets que corriam e latiam desatinadamente pelo quintal e o tremor aumentava à medida em que o barulho invadia minha casa e era ainda o nível 01: “Créééééuuuuu”.

Suando frio me lembrei de que alguns clientes do escritório de advocacia ainda me devem (e muito) honorários e fiquei triste em perecer aos quarenta anos sem receber o “dim-dim” fruto do meu trabalho mas logo voltei à realidade quanto o tremor atingiu o nível 02: “Crééu, crééu, crééu, crééu, crééu, crééu.”

A garganta estava seca e eu em estado de choque não tinha mais coragem de esboçar um movimento sequer, quando o estrondo aumentou, nível 03: “Créuu, créuu, créuu, créuu, créuu, créuu, créuu, créuu, créuu, créuu, créuu, créuu, tá ficando difícil, hein.”

Dizem que na hora do desespero o ser humano busca forças onde não tem e vence obstáculos que em situações cotidianas ele (o homem comum) não conseguiria e foi isso mesmo que aconteceu comigo.

Num ato súbito despertei do transe do medo e pulei da poltrona! Correndo ao quarto abri a porta e Raquel estava dormindo. Fui a janela da copa vi meus cães correndo e ladrando de forma meio desesperada eis que o barulho ensurescedor e os tremores continuavam. Por último fui ao portão da frente da casa e, pasmem, lá estava o epicentro do terremoto: uma camioneta importada de um playbosta[2] que tinha na parte da carroceria uma verdadeira parede de caixas de som.

O babaca é namorado da minha vizinha e, presumo, veio reentregar o presente das mães à futura sogra (deixando a namorada em casa após a noite inteira na balada ou no show do Chiclete com Banana que emporcalhou a área da Praia Grande na noite de sábado).

Refeito do susto o paredão de caixas de som cuspiu em meus ouvidos o nível 04: “Créuu, créuu, créuu, créuu, créuu, créuu, créuu, créuu, créuu, créuu, créuu, créuu... tá aumentando mané!”.

E terminou mandando o nível 05: “velocidade cinco na dança do créu... créuu, créuu, créuu, créuu, créuu, créuu, créuu, créuu, créuu, créuu, créuu, créuu (6x) e mais... Créuu, créuu, créuu, créuu, créuu, créuu, créuu, créuu, créuu, créuu, créuu, créuu (8x).”

Enquanto isso a namocréia (cruzamento de namorada com mocréia) do playbosta adentrava seu singelo lar em coreografias que deixariam aquele personagem tosco que se autodenomina lacraia com ares de uma noviça rebelde.

O playbosta saiu, fazendo cantar os pneus do automóvel (demonstrando assim sua suposta virilidade como é de praxe a este subgrupo da espécie humana), e com ele se foi o ruidoso “tremor do créu” deixando a rua na paz dominical onde pude voltar a ouvir o cantar matinal de alguns pássaros sobreviventes (como eu) ao terremoto.


Para quem gosta de funk, este texto pode ser considerado uma crítica mordaz mas, sinceramente, não me levem a mal porque enquanto finalizo esta crônica, toca, ao longe, um pseudo-forró que diz: "chupa, chupa, chupa que é de uva!" então o mal está generalizado e os nossos bons ouvidos sofrerão terremotos diários de norte a sul do país.


É Brasil, que cultura hoje tem teu povo... um dia na minha vida eu achei que Luis Caldas dançando "Fricote" ou Sandro Becker cantando "Julieta tá" era algo bizarro. Eu estava enganado... como eu era feliz e não sabia.


Bom domingo às mães (sem o créuuu, Senhoras, pelo amor de Deus!).


[1] Créu, Melô, música (?) estilo funk carioca composta por um cidadão que se denomina Mc Créu.
[2] Play (corruptela de playboy): palavra de originária do idioma inglês que no Brasil serve para identificar tipos que possuem atitudes idiotizadas não importando a idade. Os plays podem ter de 18 a 81 anos, embora alguns já manifestem os sintomas por volta das 11 ou 12 anos. Playbosta: resultado da manipulação genética do play com o excremento (bosta) em si.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Fotografia contra luz


Foto tirada em 2001 no MHAM - Museu Histórico e Artístico do Maranhão. Aproveitei o fim da tarde, por volta das 17:00h e fiz o clique. Acho que ficou um bom trabalho e a foto é uma das minhas preferidas.

domingo, 27 de abril de 2008

Aniversário de Brasília (48 anos)


Opinião própria: Juscelino Kubitschek foi o maior estadista brasileiro e deixou um legado histórico que se chama Brasília. A ele (Juscelino) coube transformar em realidade o sonho de interiorizar a capital deste enorme Brasil.


Os portugueses ao chegarem aqui no Brasil se limitaram a ocupar a imensa faixa litorânea banhada pelo Atlântico, evitando incursões ao interior do recém descoberto território brasileiro, o que foi objeto de críticas ainda na época da colonização, pois segundo o Frei Vicente do Salvador (1564-1639) os portugueses deveriam explorar mais o Brasil e não se contentarem em andar arranhando o mar como caranguejos.


Já em 1789 a Inconfidência Mineira tinha como uma das bandeiras a mudança da capital do Rio de Janeiro para São João Del Rey, em Minas Gerais, entretanto a idéia não vingou, muito pelo contrário, acabou no cadafalso. Mas a semente lançada pelos inconfidentes perdurou por dois séculos tendo empolgado José Bonifácio e o jornalista Hipólito José da Costa.


Tendo ido a Portugal completar os estudos, Hipólito José da Costa (1774-1823) formou-se em três graduações: Filosofia, Direito e Letras. Homem culto (defensor do Iluminismo), Hipólito José da Costa, em seus artigos, defendia a necessidade de transferir a capital para o Planalto Central.


Em 09 de outubro de 1821, José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838) providenciou dar um caráter institucional à questão da interiorização da capital, quando redigiu aos deputados da província de São Paulo às cortes de Lisboa, sugerindo a criação de uma cidade central no interior do Brasil para assento da Corte de Regência.


Em 1955, segundo assentamentos de José Asmar (O Legislador da Construção de Brasília), Juscelino Kubitschek ao dialogar com um homem do povo (Antônio Carvalho Soares - profissão: coletor estadual) em Jataí (sudoeste de Goiás), foi surpreendido com a seguinte pergunta:


"O senhor vai cumprir a Constituição, que determina a mudança da Capital Federal?"


Ao que respondeu: "Vou!"


Este dia, o 04 de abril de 1955, foi a data decisiva para o início do projeto de construção de Brasília e, no comício seguinte de JK em Porto Alegre, ele reafirmava: "É compromisso indescartável!" (construir Brasília).


Em 21 de abril de 1960, após três anos e dez meses nascia Brasília, que segundo Dinho Ouro Preto (Capital Inicial): "tem as ruas com cheiro de gasolina e óleo diesel, por toda a plataforma, você não vê a torre."

Sem eira nem beira


Os casarões e sobrados do Brasil Colonial eram construídos tendo como cobertura um imenso telhado feito com telhas de barro sobrepostas. Aqui em São Luís, e na maioria das cidades históricas do Maranhão, tal técnica de construção de telhados foi bem utilizada pela elite econômica da época, com um ponto que vale a pena destacar: abaixo do telhado eram feitos detalhes em forma da letra "M", detalhes estes que se chamavam de eira e beira. O adorno da eira e beira, além de decorativo, era um indicativo da posição sócio-econômica do proprietário do imóvel. Quanto mais detalhes, mais abastado era o dono do casarão ou sobrado. Daí vem o adágio popular: fulano não tem eira e nem beira, ou seja, fulano não tem posses, não tem dinheiro.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Casarões da rua Afonso Pena


A rua Afonso Pena se incia em uma bifurcação existente na praça João Lisboa e termina no bairro do Portinho (próximo ao mercado do peixe). A mesma possui um belo conjunto arquitetônico tendo, no contexto geral, pouca descaracterização do seu conjunto original. Foto tirada em 13 de abril de 2008 por volta das 16:30h.

sábado, 19 de abril de 2008

Igreja do Carmo


Belo templo religioso que se destaca pela imponência da sua construção datada de 1627. Em 1641 os holandeses invadiram o Maranhão tendo os portugueses transformado a igreja em fortaleza de resistência no ano de 1643 (a invasão holandesa perdurou até 1644). Em 1866 toda a fachada frontal da igreja foi revestida de azulejos portugueses. Localiza-se na praça João Lisboa (centro histórico de São Luís-MA - fotografia tirada em 13 de abril de 2008 por volta das 16:20h).

domingo, 13 de abril de 2008

Mais um casarão que cai no centro histórico de São Luís




Na madrugada do dia 02 de abril de 2008, por volta das 03h:30min, desabou mais um casarão situado no centro histórico de São Luís-MA.


O prédio (ou o que restou dele) se localiza na rua do Sol nº 607, e não resistiu ao intenso período de chuvas que assola a capital maranhense.


A bem da verdade, em meus quase 40 (quarenta) ciclos solares, eu nunca tinha visto o imóvel ser alvo de uma boa reforma ou qualquer ação que pudesse lhe devolver a dignidade dos tempos de outrora.


Desde pequeno me acostumei a olhar o velho casarão daquele jeito: abandonado, sem pintura nas paredes e com as janelas de madeira meio quebradas, o que lhe configurava um aspecto sombrio e tenebroso.


Durante uns 15 (quinze) anos, da minha infância até chegar na adolescência, eu sempre ia cortar o cabelo na barbearia do "Seu" Totó (do barbeiro Antônio que trabalhava ao lado do casarão) e a fachada do prédio se mantinha inalterada, denunciando que seu destino já estava traçado, era questão de tempo vir ao chão.


Nas minhas contas, desde que me dou por gente, o casarão se sustentou - sozinho - por quase 40 (quarenta) anos... desse jeito fica difícil afirmar: é preciso amar a cidade pois, São Luís, te quero bela!

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Rua 28 de julho


Hoje eu estou postando essa foto para demonstrar que a rua 28 de julho não pode (e nem deve) ser conhecida nacionalmente como uma rua de São Luís do Maranhão que um dia abrigou as "proletárias noturnas".
A rua foi batizada com esse nome numa alusão à data de 28 de julho de 1823, dia em que o Maranhão aderiu à independência do país declarada por Dom Pedro I em 07 de setembro de 1822.
O Maranhão - leia-se as elites econômica da época - se recusou a aderir à independência do Brasil por questões puramente econômicas. Nosso estado era, naqueles tempos, uma rica e próspera província com estreitas ligações comerciais com Lisboa (em Portugal), e praticamente ignorava as decisões emanadas do Rio de Janeiro. O Maranhão tinha uma verdadeira autonomia política e financeira em relação ao resto do Brasil.
No entanto, em 28 de julho de 1823, Lord Cochrane, um mercenário inglês a serviço do Império do Brasil, ancorou na baía de São Marcos e ameaçou bombardear a cidade de São Luís, que finalmente capitulou e veio a promover sua adesão à independência do Brasil. Esta data é feriado estadual no Maranhão.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Vazante da maré em fim de tarde na rampa Campos Melo


Localizada no bairro da Praia Grande, a rampa Campos Melo foi construída em 1862 para servir de atracadouro para as embarcações que vinham do interior do estado e de outros locais do Brasil e do mundo.

Atualmente continua a ser utilizada para o embarque e desembarque de passageiros e mercadorias das cidades interioranas do Maranhão.

Talvez o fato mais marcante desta localidade de São Luís-MA tenha sido o naufrágio do navio Maria Celeste em 16/03/1954.

O Maria Celeste era um navio cargueiro fabricado pelo estaleiro Kane S. B. Co. em 1944, cujo armador era a Companhia Navegação São Paulo. A embarcação tinha 54m de comprimento e capacidade de deslocamento de 632t. No momento da explosão sua carga era de 1.000 cilindros de parafina e 3.000 cilindros de combustível. O acidente deixou um saldo de 16 (dezesseis) vítimas fatais e os destroços do navio queimaram durante três dias.

É da rampa Campos Melo que partem diariamente os barcos com passageiros (e muitos turistas) para a cidade histórica de Alcântara-MA.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Navigare necesse; vivere non est necesse


Pompeu, um general romano que viveu entre 106-48 a.C. dizia aos seus marinheiros amedrontados que se recusavam a viajar durante a guerra que: "navigare necesse; vivere non est necesse".
Fernando Pessoa também escreveu: "navegar é preciso; viver não é preciso".
Ontem, dia 25/03/2008 por volta das 09:30h da manhã, quando passava pelo rio Anil e vi os barcos enfileirados tendo ao fundo a ponte São Francisco resolvi fazer esta fotografia, pois achei uma ótima oportunidade para poder complementar o "post" anterior onde os barcos estavam parados, dependendo dos ventos e da cheia da maré...
bem, para um barco, como para os homens:


"Navigare necesse; vivere non est necesse".


Navegar é preciso
(Fernando Pessoa)


Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:
"Navegar é preciso; viver não é preciso".
Quero para mim o espírito [d]esta frase, transformada a forma para a casar como eu sou:

Viver não é necessário; o que é necessário é criar. Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo.

Só quero torná-la de toda a humanidade; ainda que para isso tenha de a perder como minha. Cada vez mais assim penso.

Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir para a evolução da humanidade.

É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Oceano de pincel


Dia após dia,

parados, nem um sopro,

nem um movimento;


Imóveis tal um navio pintado

em um oceano feito a pincel.


Samuel Taylor Coleridge, O Velho Marinheiro

quinta-feira, 20 de março de 2008

Recomeçar, por Carlos Drummond de Andrade


Não importa onde você parou...
em que momento da vida você cansou...
o que importa é que sempre é possível e necessário

"Recomeçar".

Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo...
é renovar as esperanças na vida e o mais importante...
acreditar em você de novo.

Sofreu muito nesse período?
Foi aprendizado.

Chorou muito?
Foi limpeza da alma.

Ficou com raiva das pessoas?
Foi para perdoá-las um dia.

Sentiu-se só por diversas vezes?
É porque fechaste a porta até para os anjos.

Acreditou que tudo estava perdido?
Era o início da tua melhora.

Pois é...
agora é hora de reiniciar...
de pensar na luz...
de encontrar prazer nas coisas simples de novo.

Que tal um corte de cabelo arrojado...
diferente?

Um novo curso...
ou aquele velho desejo de aprender a pintar...
desenhar...
dominar o computador...
ou qualquer outra coisa.

Olha quanto desafio...
quanta coisa nova nesse mundão de meu Deus te esperando.

Tá se sentindo sozinho?
Besteira...
tem tanta gente que você afastou com o seu "período de isolamento"...
tem tanta gente esperando apenas um sorriso teu para "chegar" perto de você.

Quando nos trancamos na tristeza...
nem nós mesmos nos suportamos...
ficamos horríveis...
o mal humor vai comendo nosso fígado...
até a boca fica amarga.

Recomeçar...
hoje é um bom dia para começar novos desafios.

Onde você quer chegar?

Ir alto...
sonhe alto...
queira o melhor do melhor...
queira coisas boas para a vida...
pensando assim trazemos prá nós aquilo que desejamos...
se pensamos pequeno...
coisas pequenas teremos...

já se desejarmos fortemente o melhor e principalmente lutarmos pelo melhor...
o melhor vai se instalar na nossa vida.

E é hoje o dia da faxina mental...
joga fora tudo que te prende ao passado...
ao mundinho de coisas tristes...
fotos...
peças de roupa, papel de bala...
ingressos de cinema, bilhetes de viagens...
e toda aquela tranqueira que guardamos quando nos julgamos apaixonados...
jogue tudo fora...
mas principalmente...
esvazie seu coração...
fique pronto para a vida...
para um novo amor.

Lembre-se somos apaixonáveis...
somos sempre capazes de amar muitas e muitas vezes...
afinal de contas...

Nós somos o "Amor"...

"Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura."
(Carlos Drummond de Andrade)

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Cachaça do Ceará

A cana-de-açúcar, elemento básico para a obtenção, através da fermentação, de vários tipos de álcool, entre eles o etílico. É uma planta pertencente à família das gramíneas (Saccharum officinarum) originária da Ásia, onde teve registrado seu cultivo desde os tempos mais remotos da História.
Os primeiros relatos sobre a fermentação vem dos egípcios antigos. Curam várias moléstias, inalando vapor de líquidos aromatizados e fermentados, absorvido diretamente do bico de uma chaleira, num ambiente fechado.
Os gregos registram o processo de obtenção da ácqua ardens. A Água que pega fogo - água ardente (Al Kuhu).
A água ardente vai para as mãos dos Alquimistas que atribuem a ela propriedades místico-medicinais. Se transforma em água da vida. A Eau de Vie é receitada como elixir da longevidade.
A aguardente então vai para da Europa para o Oriente Médio, pela força da expansão do Império Romano. São os árabes que descobrem os equipamentos para a destilação, semelhantes aos que conhecemos hoje. Êles não usam a palavra Al kuhu e sim Al raga, originando o nome da mais popular aguardente da Península Sul da Ásia: Arak. Uma aguardente misturada com licores de anis e degustada com água.
A tecnologia de produção espalha-se pelo velho e novo mundo. Na Itália, o destilado de uva fica conhecido como Grappa. Em terras Germânicas, se destila a partir da cereja, o kirsch. Na Escócia fica popular o Whisky, destilado da cevada sacarificada.
No extremo Oriente, a aguardente serve para esquentar o frio das populações que não fabricam o Vinho de Uva. Na Rússia a Vodka, de centeio. Na China e Japão, o Sakê, de arroz.
Portugal também absorve a tecnologia dos árabes e destila a partir do bagaço de uva, a Bagaceira
Os portugueses, motivados pelas conquistas espanholas no Novo Mundo, lançam-se ao mar. Na vontade da exploração e na tentativa de tomar posse das terras descobertas no lado oeste do Tratado de Tordesilhas, Portugal traz ao Brasil a Cana de Açúcar, vindas do sul da Ásia. Assim surgem na nova colônia portuguesa, os primeiros núcleos de povoamento e agricultura.
Os primeiros colonizadores que vieram para o Brasil, apreciavam a Bagaceira Portuguesa e o Vinho d'Oporto. Assim como a alimentação, toda a bebida era trazida da Corte. Num engenho da Capitania de São Vicente, entre 1532 e 1548, descobrem o vinho de cana de açúcar - Garapa Azeda, que fica ao relento em cochos de madeiras para os animais, vinda dos tachos de rapadura. É uma bebida limpa, em comparação com o Cauim - vinho produzido pelos índios, no qual todos cospem num enorme caldeirão de barro para ajudar na fermentação do milho, acredita-se. Os Senhores de Engenho passam a servir o tal caldo, denominado Cagaça, para os escravos. Daí é um pulo para destilar a Cagaça, nascendo aí a Cachaça.
Dos meados do Século XVI até metade do Século XVII as "casas de cozer méis", como está registrado, se multiplicam nos engenhos. A Cachaça torna-se moeda corrente para compra de escravos na África. Alguns engenhos passam a dividir a atenção entre o açúcar e a Cachaça.
A descoberta de ouro nas Minas Gerais, traz uma grande população, vinda de todos os cantos do país, que constrói cidades sobre as montanhas frias da Serra do Espinhaço. A Cachaça ameniza a temperatura.
Incomodada com a queda do comércio da Bagaceira e do vinho portugueses na colônia e alegando que a bebida brasileira prejudica a retirada do ouro das minas, a Corte proíbe várias vezes a produção, comercialização e até o consumo da Cachaça.
Sem resultados, a Metrópole portuguesa resolve taxar o destilado. Em 1756 a Aguardente de Cana de Açúcar foi um dos gêneros que mais contribuíram com impostos voltados para a reconstrução de Lisboa, abatida por um grande terremoto em 1755.
Para a Cachaça são criados vários impostos conhecidos como subsídios, como o literário, para manter as faculdades da Corte.
Como símbolo dos Ideais de Liberdade, a Cachaça percorre as bocas dos Inconfidentes e da população que apoia a Conjuração Mineira. A Aguardente da Terra se transforma no símbolo de resistência à dominação portuguesa.
Com o passar dos tempos melhoram-se as técnicas de produção. A Cachaça é apreciada por todos. É consumida em banquetes palacianos e misturada ao gengibre e outros ingredientes, nas festas religiosas portuguesas - o famoso Quentão.
No século passado instala-se, com a economia cafeeira, a abolição da escravatura e o início da república, um grande e largo preconceito a tudo que fosse relativo ao Brasil. A moda é européia e a cachaça é deixada um pouco de lado
Em 1922, a Semana da Arte Moderna, vem resgatar a brasilidade. No decorrer do nosso século, o samba é resgatado. Vira o carnaval. Nestas últimas décadas a feijoada é valorizada como comida brasileira especial e a Cachaça ainda tenta desfazer preconceitos e continuar no caminho da apuração de sua qualidade.
Hoje, várias marcas de alta qualidade figuram no comércio nacional e internacional e estão presentes nos melhores restaurantes e adegas residenciais pelo Brasil e pelo mundo. (Fonte:
http://www.museudacachaca.com.br/historia.html)