Ontem, dia 25 de maio de 2008, fiquei sabendo que o prédio do Colégio Maranhense - Marista, onde estudei de 1975 a 1985 (terminei o 3º ano no Colégio Dom Bosco), provavelmente será vendido para a Secretaria de Educação do Estado do Maranhão.
Quase que diariamente passo em frente ao velho Marista que ocupa boa parte da rua do Outeiro e da Oswaldo Cruz onde um dia também já foi a Quinta do Barão (hoje só existe da Quinta um portal de madeira e colunas de pedra de cantaria), e fico desolado em ver o estado de abandono em que se encontra um colégio que foi durante gerações motivo de orgulho para os que ali estudaram.
Entrei no Marista quando a direção do Colégio Maranhense estava a encargo do Irmão Jorge, e pela minha pouca idade, não posso afirmar sobre como foi a sua gestão mas me lembro que ele era um grande entusiasta da prática de esportes no colégio e o Marista da sua época arrebentava nos JEM's (Jogos Escolares Maranhenses).
Irmão Jorge deixou a direção do Colégio Maranhense e foi tomar conta da unidade Marista do Ceará, no caso o Colégio Cearense, e depois não soube o que foi feito dele. Em seu lugar aqui ficou o Irmão Rodrigues que era apelidado de "cabeça de cotonete" por causa da sua cabeleira bem branca.
Da mesma época eram Irmão Francisco, Irmão Caçador (de religião... ô velho difícil de tratar: uma vez deu nota zero para uma turma inteira por que ninguém soube escrever a oração "Ave Maria" com todos os efes, erres, vírgulas, etc.), Irmão Nelson, Irmão Turra, Irmão Aguiar, dentre outros que a memória não consegue, no momento, lembrar os nomes.
Professoras da época do primário foram muitas, mas guardo com carinho os ensinamentos de Autaflora (já falecida) e Aldener. Da Professora Paula eu (e acho que quase ninguém) não guardo boas recordações, pois a mulher era má e adorava bater com a caneta na cabeça dos alunos. Na quinta série conheci o Prof. Malveira (de Matemática) que, apesar no nome, de mal não tinha nada, mas da sua mulher, a Professora Margarida, ah, dessa eu tinha minhas reservas!
Da sexta série em diante vieram Benedita e Jesus (de Português), Carvalho (de História), Afrânio (de Geografia), Orzinete (de Biologia), e muitos outros, mas cabe aqui uma referência especial a Jansen (o quase eterno coordenador dos 2º e 3º anos do segundo grau), pessoa que se tornou uma lenda viva do Marista. Jansen sempre teve uma conduta irrepreensível dentro e fora do colégio, além de que dedicava a todos os alunos e pais de alunos uma paciência de Jó (risos). Nos esportes o Marista sobrava em tudo. Éramos o único colégio que tinha piscina própria e ali na água tudo era comandado pela mão-de-ferro do Gilson e pela simpatia de Julinho (os dois professores de natação); o volêi era de Antonino, sempre metido a galã com suas motos Honda; já o basquete era terreno de Teixeira e Stélio coordenava o handebol e toda a parte geral de educação física. Tinha também o judô, várias vezes campeão sob a batuta de Emílio.
Coquinho vendendo seus picolés; seu Elias (esposa e filhas) na única cantina do colégio; Orlando o zelador; Sr. Raimundo, o velhinho magro da portaria; Zé Maria da tesouraria... são tantas pessoas que vem na cabeça na hora que escrevo estas linhas e praticamente me transporto para dentro dos muros do velho colégio.
Muitas amizades ali foram feitas e alguns namoros ensaiados (embora eu fosse na época por demais tímido). Guardo com carinho dessa época muitos amigos, mas dois são especiais: Marlos Patrício Gomes Pessoa e Alzir de Souza Carvalho Filho, dois caras 100%! Sei que sou um amigo muito sem-vergonha, pois esqueço as datas de aniversário deles, sem contar que volta e meia sou convidado a ir visitá-los e nunca vou.
Quem um dia passou por ali sabe do que eu estou falando, afinal de contas um aluno Marista sempre será um Marista!
O velho colégio sempre sobreviverá - lindo e imponente - na memória da "mocidade do Colégio Marista, a sombra do estandarte de Maria".